sexta-feira, 9 de outubro de 2009

RELATO Nº 2

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BAIRRO SÃO FRANCISCO DE ASSIS
UMA HISTÓRIA REVELADA SOB O OLHAR DAS ALUNAS E ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II


Toda prática educativa demanda a existência de sujeitos,
um que, ensinando, aprende, outro que, aprendendo,
ensina.”
(Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia p. 77)








A PESQUISA
Depois de termos feito as primeiras entrevistas tudo nos pareceu mais fácil, mais real, mais POSSÍVEL. As turmas se encheram de entusiasmo_e eu também! Mais uma vez planejamos as entrevistas, desta vez, sem a filmadora, teríamos que escrever as respostas. Com uma semana de antecedência elaboramos em grupo as perguntas a serem feitas às moradores e moradores. Ainda escolhemos as pessoas responsáveis por agendar as entrevistas. No grupo 14 Bruna ficou responsável por contatar dona Li, mãe do ex-aluno Iago e funcionária do PSF do bairro; Geisiane, por conversar com Sebastião, agente de saúde. No grupo 13 Tallysson agendou com dona Rita, avó de Maria; Yara e Vanessa, com “seu” Lizô, pai desta última.


No dia 07 de outubro saímos às ruas munidos de caderno, lápis, caneta e máquina fotográfica para entrevistar duas dessas pessoas: Sebastião e dona Rita. Um grupo na segunda aula, o outro na quarta. Ambos nos deram informações importantes.


Sebastião Marinheiro de Sousa, que mora há 29 anos aqui, falou sobre as diferenças que ocorreram no bairro, contando-nos sobre como era na sua infância e como algumas coisas mudaram com o tempo: as brincadeiras e formas de diversão das crianças, as/os profissionais do bairro, as moradias, a comunicação, as religiões e a estética das pessoas. Mas a principal diferença no bairro, segundo ele, foi na educação e conscientização da população, que fez com que a violência diminuisse muito. Apesar disso, dificuldades existem, ele aponta como maiores a gravidez na adolescência e o abandono da escola, o que dificulta a vida adulta.


Dona Rita Maria da Conceição, mora a bastante tempo no bairro, quando chegou aqui tinha pouquíssimas casas. Ela nos contou como faziam para comprar gêneros alimentícios naqueles dias (nem na Boa Vista tinha um mercado!), falou da lavanderia, como era a distribuição da água no chafariz. Acha muito bom que agora não é mais preciso comprar água doce para beber como nos tempos do chafariz; mas também diz que o bairro precisa de uma delegacia, porque a da cidade fica muito distante.


As pessoas têm sido bem receptivas e nos acolhido com alegria. As turmas estão organizando-se cada vez mais. Além da oportunidade de levantar e registrar a História da sua comunidade, as alunas e alunos estão tendo a oportunidade de sair da escola e para continuar é necessário manter um comportamento adequado e já estão compreendendo isso. Espero que continuem assim. Responsabilizar alguém da turma pelo agendamento das entrevistas também é uma forma de fazê-las e fazê-los cada vez mais produtores do projeto. Deste projeto que aos poucos estamos conseguindo tornar concreto!






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